" (L) "

Quiria eu ter esse jeito bunito de falar de amô. Os pueta colocam umas rima bunita, umas palavra que mais parece ingrês. Eu num sei de muita coisa, frôr. Nem sô pueta. Sei de uma coisa ardida que nasce no estômo e vem subino que nem fogo pelo peito. Acontece quando ocê passa no seu vestidinho de chita verde, bonito que só. E eu vou procurando um jeito de colocá em palavras tudo isso meio doido que ‘contece ni mim. Mas fico mudim da silva, minha língua perde as força e eu só sei oiá ocê passando. Dispois, fico treinando no espelho, procurando as palavra bunita do dicionário pra poder falar pra ti. Mas aí me vem todo esse seu chêro e perco o prumo. Desando numa choradeira sem fim. É que eu sou chorão, sabe? Desdi pequeno. Vontade mesmo eu tenho de guardá ocê na minha mão, levá ocê pra todo canto. O pai tinha um amuleto que ele carregava no peito. Quiria fazê isso docê. Mas num sei, vivo angustiado sem sabê suas resposta. Ocê, toda timidazinha, nem me óia direito. Será que amo sozinho, frôr? Será que não tem nem um pedacinho dentro docê pra me caber?

COntinua....

0 comentários:

Postar um comentário